Separava-os a distância de um cigarro. O que ele fumava pelo caminho todas as noites. Ela não. Raramente fumava e quando o fazia tinha que estar sentada a beber algo. Só assim. Naquele dia ele entrou em casa dela com a chave que tinha para qualquer emergência. Ela vivia sozinha e perdia quase tudo. Abriu a porta, chamou-a. Sentou-se no sofá, acendeu um cigarro. Antes que ela pudesse reclamar por ele não ter tocado à campainha, disse: és o último amor da minha vida. Disse: não quero procurar mais, encontrei, encontrei-te, depois de ti não poderei voltar a amar, és perfeita. Pensou: roubava-te um beijo se a vergonha depois não me impedisse de voltar a ver-te.