Às vezes são precisas decisões erradas para seguir em frente. Talvez a velha lógica do passo atrás para dar dois em frente resulte mesmo. Talvez a única forma de libertação dos fantasmas seja esquecer que eles existem. O passado às vezes tem mesmo que ser esquecido, ainda que tenha sido ele a trazer-me aqui. Porque as correntes não se cortam, quebram-se.

Só podia ser assim. De outra forma não conseguia. A guerra é sempre uma luta pela paz, e quase sempre um mal necessário. É difícil deixar de olhar para trás, principalmente na paixão e no amor. Porque chega a um momento em que se tem que dizer «já não te amo, a começar neste exacto segundo».

Talvez não haja perdão para certas palavras, certas decisões, provavelmente não há mesmo. Mas de outra forma não me conseguiria jamais libertar. Não conseguiria deixar de olhar para trás, em vez de olhar em frente. Como tem que ser.