conto os comprimidos, um a um, soporíferos e afins. rastejo pela casa em busca de uma corda suficientemente forte. caso tudo isso falhe retiro do velho baú um punhal que deixo pousado na mesa de cabeceira mesmo ao lado do livro que não vou acabar de ler. faço um último telefonema. escrevo umas últimas palavras no excesso trágico de um fim de uma vida sofrida. mas não é isso. nada disso. como me farto de tudo o resto, fartei-me também de viver. dormir, sonhar, acordar, mais um dia, sempre mais um dia igual aos outros... este é o último... só o teu amor me ressuscitaria...

amo-te... são as últimas palavras que consigo escrever num último momento de romantismo exarcebado...