prometemos oferecer-nos, mutuamente, a morte. sem romantismos, apenas um adorno para a vida para a qual não gostávamos. a qual não queríamos viver.

hoje atrevi-me a rever-te. revisitando assim, anos depois, todos os lugares e sentimentos pelos quais passámos e prometemos passar. não sei se aguento. não sei se quero isto. ainda assim, prossigo.

aproximas-te e o nervosismo afasta-se. agora que não tens a cara recém-lavada em lágrimas a tua beleza realça. nunca me pareceste tão bonita. ao falar-te enfrento os fantasmas do amor que quase vivemos, dos encontros fugazes e apaixonados que vivemos no teu corpo.

o teu sorriso tem agora outro encanto, ou tem agora encanto. já não sorris para esconder a tristeza crónica de que padecias. tens agora uma nova vida com um novo brilho sob um novo olhar.

da conversa pouco ficou para além do teu sotaque (que sempre adorei). na despedida beijei-te, para recordar que a morte não é mais que um ornato.