sentei-me na cadeira junto da janela e não olhei para fora. antes, olhei para as fotografias que tenho na parede. mergulhei nelas e mergulhei no copo de vinho que pousado na mesa possuía o brilho da solução para todos os problemas. mergulhei nas fotografias e repito aqueles momentos, como se o tempo não passasse. como se aquelas histórias presas no tempo não acabassem nunca.

o copo já vazio perdeu a vida. na esperança de me ressuscitar enchi-o de novo e bebi-o de uma só vez. o brilho do vinho não passou para mim e a noite prometia ser longa.

chorei. sem ter vergonha das pessoas que passam e me vêm assim. não quis viver. quis ficar parado no tempo como as fotografias na parede. com um sorriso. para que as pessoas assim se lembrassem de mim. feliz.

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